Por: Herman Manuel
A busca por uma solução por uma solução jurídica em casos de divórcios e autoridade paternal, demonstra de alguma forma, algum desgaste emocional das partes pela incapacidade de resolução pacifica do conflito. Em muitos casos, a justiça chega mesmo a ser encarada como um meio de vingança e não necessariamente de solução de conflito.
Por outro lado, enfrentar um litígio judicial pode acarretar para ambas as partes elevadas desgastes emocionais que se não acautelados podem colocar em risco a saúde mental dos envolvidos. Para o efeito, a psicóloga Sheeran (2017) sugere a possibilidade do atendimento Jurídico-Psicológico, no intuito de dar uma resposta mais efectiva a esta problemática.
O atendimento, de modo geral, busca dar suporte e compreensão jurídico-psicológica para ocorrências do âmbito conjugal, parental e familiar. A intenção é resolver conflitos familiares usando os princípios da mediação e conciliação, ou seja, priorizando a resolução de forma extrajudicial, um caminho cada vez mais seguido pela advocacia.
O processo pode começar através de um atendimento inicial, que pode se dar início desde a demanda de inventário e divórcio, até guarda e pensão. É a partir daí que se pode perceber o pano de fundo emocional, encaminhando profissional de psicologia, o qual realiza uma intervenção de acordo com a necessidade de cada cliente.
A presente intervenção não se trata de uma psicoterapia, mas sim uma consultoria para ajudar a paciente a lidar com as emoções advindas do processo judicial. Emoções como raiva, ódio ou a tristeza, são frequentemente quando as pessoas se encontram num processo judicial, sendo que muitas chegam mesmo a encarar a Justiça como instrumento de vingança.
O papel do psicólogo neste âmbito é ajudar as pessoas envolvidas a entender melhor o conceito de justiça, bem como, mostrar que o conflito pode ser resolvido de outra maneira.
A ideia é que as pessoas façam um trabalho jurídico, mas que consigam separar o que é o jurídico e o que é emocional”. pois muitas vezes, as decisões judiciais, são massificadas para aquele conflito, ao invés de analisar o caso individualmente, com suas particularidades
O objectivo deste atendimento é assessorar não apenas juridicamente, mas também promover bem-estar e saúde mental dos utentes.
O trabalho tem como fundamento o uso de estratégias de mediação, negociação e práticas colaborativas. Assim, se desassocia a imagem do advogado como litigante, para percebê-lo como um auxiliador na resolução do conflito. A relação “transdisciplinar” entre os profissionais de direito e psicologia, tende a gerar ganhos incalculáveis para as áreas de saber, em especial, para os utentes destes serviços.
Referência bibliográficas
Sheeran, P. Atendimento Jurídico Psicológico na Resolução de Conflitos judiciais. 2017
Manuel, H. Psicologia Forense: A interface entre a Psicologia e o Direito. 2020. Disponível em: https://psicologiaforense.wixsite.com/e-book