Oriunda de uma família conceituada do sul do país, Anália Maria Caldeira de Vitória Pereira Simeão, nasceu em Luanda, no dia 03 de Outubro de 1941, o seu pai era veterinário.
Foi a fundadora e presidente do Partido Liberal Democrático de Angola (PLD).
Dois meses antes da Independência de Angola, Anália Pereira foi com a família para Portugal e poucos anos depois conseguiu o estatuto de refugiada política.
Em Portugal ajudou a criar a “Liga de Apoio aos Refugiados Angolanos” (LARA), cuja actividade influenciou a criação do estatuto de refugiado político, aprovado em 1980 e que até hoje beneficia vários estrangeiros residentes em Portugal.
Com o marido, o também político (entretanto falecido) Carlos Simeão, Anália de Victória Pereira fundou em 1983, em Lisboa, o Partido Liberal Democrático de Angola (PLD). Após 16 anos de exílio, regressou a Angola em 1991.
Legalizou o PLD e concorreu às primeiras eleições pós-independência, em Setembro de 1992, em que o seu partido conseguiu três assentos parlamentares e a pasta de vice-ministro da Educação para o Ensino Especial, cargo ocupado pela única filha da líder, Alexandra Simeão.
Anália Pereira foi a única mulher que concorreu as presidenciais no pleito de 1992, tendo obtido 11.475 votos, o correspondente a 0,29 por cento do total de votos dos 11 candidatos à corrida.
Eleita Deputada, Anália Pereira voltou a concorrer em 05 de Setembro passado ao parlamento, encabeçando a lista do PLD que, desta vez, obteve um resultado inexpressivo.
Anália Pereira sempre disse que a política era a sua vida e que nela pretendia continuar até onde pudesse.
Tida como pessoa ousada e sem medo, foi a única mulher candidata às eleições presidenciais angolanas de 1992.
Na Assembleia Nacional, onde esteve como Presidente do Grupo Parlamentar do PLD, foi membro do Conselho de Administração e participou da Comissão dos Direitos Humanos, durante a legislatura de 1992 a 2008.
Nas suas intervenções, durante a campanha eleitoral de 05 de Setembro de 2003, mostrou-se bastante critica ao governo do MPLA e apresentou um modelo de solidariedade para com os antigos combatentes, viúvas e cidadãos que careciam de ajuda substantiva, com objectivo de angariar mais votos e obter uma bancada parlamentar mais sólida.
Contudo, reconheceu a vitória do MPLA e felicitou-o pela confiança da maioria dos angolanos e apelou a este a consolidação da democracia, a paz e a reconciliação nacional.
Em Outubro de 2008, aquando da investidura dos deputados no Parlamento, Anália Pereira fez-se presente e falou sobre a importância e grandeza do momento para a continuação da consolidação da democracia em Angola.
Conhecida como Mamã Coragem, preparava-se para concorrer, pela segunda vez, para o cargo de chefia do governo de Angola nas eleições presidenciais previstas para 2009.
Morreu no Instituto Português de Oncologia (IPO), em Lisboa, aos 67 anos, no dia 09 de Janeiro de 2009, vítima de doença prolongada.
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Fontes de pesquisa:
Alexandra Simeão: http://www.alexandrasimeao.com/HOME/index.php/arquivos/imprensa/89-o-pais-online-9-1-2009
Wikipédia: https://pt.wikipedia.org/wiki/An%C3%A1lia_de_Vict%C3%B3ria_Pereira
Angop: https://www.angop.ao/noticias-o/?v_link=https://www.angop.ao/angola/pt_pt/noticias/politica/2003/5/25/,f3cb7e6c-8c1e-4137-a8d7-484c0c370680.html